Pelotas, cidade localizada no sul do Rio Grande do Sul, a aproximadamente 250 km de Porto Alegre, se destaca por sua rica história, cultura preservada e, em especial, pela tradição doceira que atravessa gerações. Próxima a cidades como Rio Grande e Capão do Leão, Pelotas, carinhosamente apelidada de “Princesinha do Sul”, convida a uma imersão no seu patrimônio histórico e arquitetônico.
O coração da cidade pulsa na Praça Coronel Pedro Osório, um local que concentra casarões ecléticos e palacetes que remetem ao século XIX. Seus jardins franceses e a imponência do Grande Hotel a transformam em um dos principais cartões-postais da cidade.
Desde 1853, o Mercado Público Central é um ponto de encontro da cultura pelotense, reunindo produtos coloniais, artesanato gaúcho e, claro, os famosos doces tradicionais. É um local imperdível para quem deseja vivenciar a essência da cidade.
Para conhecer a história da elite charqueadora, responsável pela riqueza da região, uma visita ao Museu da Baronesa, localizado no Casarão 8, é essencial. O museu abriga mobiliário de época e exposições que retratam o cotidiano daquele período.
A Charqueada São João oferece um vislumbre do passado industrial da região, preservando a estrutura das antigas fábricas de charque, importantes para a economia do Rio Grande do Sul no século XIX.
O Teatro Guarany, inaugurado em 1921, é uma joia arquitetônica em estilo art nouveau, palco de intensa programação cultural e referência no cenário teatral gaúcho.
Pelotas se consagra como a capital nacional dos doces, com receitas que remontam ao século XIX. A Fenadoce, evento anual, celebra essa tradição com degustações e mostras, atraindo visitantes de todo o país. Além da Fenadoce, o Festival Internacional de Folclore colore a cidade com apresentações de danças tradicionais de diversos países.
A vida cultural pulsa nos casarões históricos, que abrigam ateliês de artistas e espaços culturais. A Bibliotheca Pública Pelotense, fundada em 1875, preserva um acervo raro de livros e documentos.
A tradição doceira de Pelotas tem suas raízes nas famílias açorianas e portuguesas que se estabeleceram na região, aperfeiçoada pelas escravas nas casas-grandes das charqueadas. O quindim, o toucinho do céu e as broas pelotenses são alguns dos doces reconhecidos nacionalmente, produzidos artesanalmente em confeitarias centenárias.
O apelido “Princesinha do Sul” reflete a riqueza e o charme acumulados durante o ciclo das charqueadas, quando Pelotas era uma das cidades mais prósperas do Brasil. A elite charqueadora investiu em arquitetura, importando materiais europeus e contratando arquitetos estrangeiros, resultando em um patrimônio eclético único.
A melhor época para visitar Pelotas pode variar de acordo com o interesse do visitante. Entre maio e junho, a Fenadoce atrai um grande número de turistas, com temperaturas amenas. De setembro a novembro, a primavera colore a cidade com a floração dos jardins históricos. Janeiro e fevereiro, meses de verão, são ideais para aproveitar as praias próximas à Lagoa dos Patos. No inverno, entre junho e agosto, o clima convida a degustar os doces nas confeitarias centenárias.
Pelotas convida a uma viagem no tempo, a desvendar a história do Rio Grande do Sul em cada detalhe. Da Praça Coronel Pedro Osório à Fenadoce, a cidade oferece uma experiência cultural inesquecível.