São Paulo enfrenta um período crítico com relação ao risco de incêndios na vegetação. A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) estendeu a suspensão de queimadas controladas até o dia 31 de outubro. A Defesa Civil indicou que, no último domingo, diversas regiões apresentaram grandes áreas em nível roxo de emergência.
O intervalo entre o final do inverno e o início da primavera é tradicionalmente mais seco no Brasil. Os níveis de umidade relativa do ar diminuem, tornando o solo mais propenso à combustão da vegetação. No entanto, nos últimos anos, meteorologistas têm notado que esse período de estiagem tem se prolongado além do esperado.
Segundo um técnico do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o período seco tem se estendido por mais dias, atrasando o início do período chuvoso em aproximadamente cinco a dez dias em direção ao final da primavera.
As causas desse prolongamento da estiagem são complexas e difíceis de identificar com precisão. Como mencionado, é difícil isolar causa e consequência na atmosfera, sendo necessário acompanhar os eventos simultaneamente.
Outro fator complicador é a variabilidade climática. Embora as variações climáticas sejam naturais a cada ano, tem-se observado uma amplitude maior nessas variações.
Entre os fatores que contribuem para a variabilidade climática, apontam-se as mudanças climáticas causadas por gases de efeito estufa como CO2 e metano; fenômenos naturais de grande escala, como os fenômenos El Niño e La Niña; fenômenos locais, como o aquecimento do Oceano Atlântico; e oscilações antárticas, árticas e Decadal do Pacífico.
Quando ondas climáticas se somam, elas se amplificam e podem causar efeitos mais significativos. O ano anterior, por exemplo, apresentou um extenso período seco na região central do Brasil, intensificado pelo El Niño.
Desde agosto, a Cetesb suspendeu as queimadas controladas em todo o estado de São Paulo. A decisão abrange queimas de cana-de-açúcar, agrícolas e para controle de pragas. A medida pode ser prorrogada caso a estiagem continue ou as condições meteorológicas permaneçam desfavoráveis.
Entretanto, a decisão não impede a ocorrência de queimadas ilegais. É necessária uma fiscalização rigorosa, já que incêndios podem perder o controle facilmente durante o período seco. É essencial intensificar a fiscalização e as punições para os responsáveis por esses crimes.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br