Durante visita oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Japão, o primeiro-ministro japonês Shigeru Ishiba sinalizou abertura para acelerar o processo de importação de carne bovina brasileira. A proposta inclui o envio de técnicos sanitários japoneses ao Brasil para inspecionar as condições da produção e viabilizar o avanço nas negociações.
O Japão importa cerca de 70% da carne bovina que consome, movimentando cerca de US$ 4 bilhões por ano, sendo 80% desse volume originário dos EUA e Austrália. O Brasil pleiteia esse mercado há mais de duas décadas, e a recente conquista do status de país livre de febre aftosa sem vacinação abre caminho para a inclusão do país entre os fornecedores.
A homologação oficial do novo status sanitário brasileiro está prevista para maio, durante a Assembleia-Geral da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). A certificação internacional é crucial para atender às exigências sanitárias do Japão e de outros países asiáticos, como a Coreia do Sul.
Agenda bilateral reforça laços estratégicos
Além do tema da carne bovina, Lula participou de eventos com empresários, sindicatos e autoridades japonesas, incluindo um fórum econômico Brasil-Japão e um jantar com o imperador Naruhito e a imperatriz Masako. No encontro com o premiê Ishiba, os países assinaram dez acordos de cooperação em áreas como comércio, meio ambiente, ciência e inovação, e anunciaram 80 instrumentos de colaboração entre instituições e empresas.
A visita, que segue até quinta-feira (27), reafirma o compromisso de ambos os países em fortalecer a Parceria Estratégica Global e impulsionar investimentos e trocas comerciais. Lula ainda aproveitou a ocasião para pedir o apoio do Japão à COP30, que acontecerá em Belém, em 2025. Após Tóquio, a comitiva presidencial segue para Hanói, no Vietnã, dando continuidade à agenda na Ásia.