A prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro, ocorrida neste sábado, gerou manifestações de apoio por parte de membros do governo Lula. A ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffman, declarou que a detenção de Bolsonaro segue rigorosamente os procedimentos legais estabelecidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e pela Procuradoria-Geral da República (PGR), em todas as etapas da ação penal referente à tentativa de golpe de estado.
Segundo a ministra, a decisão do ministro Alexandre de Moraes está fundamentada nos riscos reais de fuga do líder da organização golpista, considerando a iminência do trânsito em julgado de sua condenação para cumprimento da pena. Hoffman também ressaltou que Moraes levou em conta os antecedentes do processo, marcados por tentativas de coação da Justiça. “Na democracia, a Justiça se cumpre”, afirmou a ministra.
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Guilherme Boulos, também se manifestou nas redes sociais, afirmando que “ninguém está acima da democracia” e que “ninguém pode trair a pátria impunemente”. Boulos expressou a expectativa de que a prisão de Bolsonaro represente um marco para a história do país, com a mensagem “Ditadura nunca mais!”.
Um dia antes da prisão, Boulos já havia comentado sobre a fuga de outros apoiadores de Bolsonaro, mencionando os casos de Carla Zambelli, Eduardo Bolsonaro e Alexandre Ramagem. Ele questionou se Bolsonaro não teria fugido caso não estivesse em prisão domiciliar.
A prisão preventiva de Bolsonaro foi decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, devido à convocação de uma vigília nas proximidades da residência onde o ex-presidente cumpre prisão domiciliar. Moraes justificou a decisão afirmando que a reunião poderia causar tumulto e facilitar uma eventual tentativa de fuga do réu. O ministro também informou que foi constatada uma tentativa de violar a tornozeleira eletrônica utilizada por Bolsonaro.
A audiência de custódia do ex-presidente está agendada para amanhã (23). A defesa de Bolsonaro já anunciou que irá recorrer da decisão que determinou a prisão.
Bolsonaro foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão na ação penal do Núcleo 1 da trama golpista. Ele cumpria prisão domiciliar desde 4 de agosto, após descumprir medidas cautelares fixadas pelo STF. Ele estava com tornozeleira eletrônica e proibido de acessar embaixadas e consulados, manter contato com embaixadores e autoridades estrangeiras e utilizar redes sociais, direta ou indiretamente.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br

