Em todo o país, mais de um milhão de candidatos participaram da primeira edição da Prova Nacional Docente (PND). O exame, com duração de cinco horas e meia, é obrigatório para concluintes de cursos de licenciatura em 2025 e para professores que desejam utilizar a nota em processos seletivos estaduais e municipais que aderiram ao CNU dos Professores.
No Distrito Federal, Francisco Gilvar Pereira da Silva, de 56 anos, é um dos candidatos. Filho de pais analfabetos do Piauí, Francisco concluirá o curso de letras em dezembro, sendo esta sua segunda graduação. Sua trajetória incluiu trabalho desde os sete anos e a vinda para Brasília para servir o exército. O desejo de lecionar surgiu ao trabalhar como auxiliar de limpeza em uma escola particular.
Após ascender ao cargo de auxiliar administrativo, Francisco, o primeiro membro de sua família a cursar o ensino superior, buscou uma bolsa de estudos para realizar o sonho de cursar a licenciatura que mais se identifica, almejando retornar à sua terra natal para transformar a educação de outros jovens.
Edinácio Silva Vargas, indígena da etnia Marubo, também realizou a prova no Distrito Federal. Vindo da Terra Indígena Vale do Javari, em Cruzeiro do Sul (AC), Edinácio, formado em gestão pública pela Universidade Estadual do Amazonas, busca ser professor de inglês, unindo suas formações para beneficiar seus futuros alunos.
Diego Lima, atleta paralímpico, encontrou na dedicação de seus professores a inspiração para seguir a carreira docente. Como atleta com paralisia cerebral, ele busca transmitir o incentivo que recebeu, após quase abandonar a faculdade por falta de recursos, sendo amparado pelo Programa Atleta Cidadão.
Para Maíra Araújo dos Santos, de 23 anos, a influência de uma professora de química no ensino médio a motivou a cursar a área. Ela espera desmistificar a matéria para seus futuros alunos. Além da vocação, Maíra precisa realizar a prova para obter seu diploma de licenciatura.
Solange Oliveira Braga, já formada em pedagogia, almeja ser aprovada no concurso da Secretaria de Educação do Distrito Federal, previsto para 2026. Sua vocação para a educação infantil surgiu ao cuidar dos irmãos menores em Minas Gerais, buscando proporcionar o amor e o cuidado que teve na infância.
Marcela Silva Vaz, que também concluirá a licenciatura em 2025, busca a estabilidade do serviço público e um salário fixo, mas também se preocupa com crianças em vulnerabilidade social. Ela almeja trabalhar no primeiro ano do ensino fundamental, focando na alfabetização. Marcela defende a importância do professor da educação básica na formação de todos os profissionais, destacando a necessidade de adaptação das escolas para atender alunos neurodivergentes e com necessidades especiais.
Brasília se destaca como a terceira cidade com o maior número de inscritos na PND, com 18.754 participantes, ficando atrás apenas de São Paulo (84.633) e Rio de Janeiro (28.765). Pedagogia lidera as áreas de licenciatura com mais inscritos (560.576), seguida por letras – português (73.187), matemática (72.530) e educação física (65.911).
A PND, que será aplicada anualmente, integra o programa Mais Professores para o Brasil, que visa reconhecer, qualificar e incentivar a docência no país.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br

