A ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais do governo federal, Gleisi Hoffmann, manifestou críticas contundentes em relação ao que considera ser o posicionamento de governadores de partidos de direita. Segundo ela, esses políticos estariam promovendo a divisão do país e, consequentemente, contribuindo para um cenário favorável a discursos de intervenção dos Estados Unidos em nações da América Latina.
A ministra defendeu que os governadores deveriam unir forças com o governo federal na busca por soluções que fortaleçam a segurança pública. Nesse contexto, Gleisi mencionou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 18, conhecida como PEC da Segurança Pública, apresentada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Congresso Nacional.
Em publicação nas redes sociais, Gleisi questionou a postura dos governadores, alegando que, em vez de somarem esforços no combate ao crime organizado, conforme proposto pela PEC da Segurança, eles estariam investindo na divisão política e expondo o Brasil ao risco de intervenção militar.
A crítica da ministra ocorre em um momento de tensões geopolíticas na América do Sul. Os Estados Unidos têm realizado movimentações militares no Caribe, próximo à Venezuela, sob o pretexto de combater o narcotráfico. O governo venezuelano, liderado por Nicolás Maduro, contesta essa justificativa, alegando que o objetivo real é destituí-lo do poder.
Gleisi comparou os governadores críticos à PEC da Segurança Pública ao deputado federal Eduardo Bolsonaro, que reside nos Estados Unidos. Ela o acusa de fomentar sanções comerciais contra o Brasil, além de apoiar a aplicação da Lei Magnitsky e a suspensão de vistos de ministros da Corte e integrantes do governo federal.
A ministra ressaltou a importância da segurança pública, defendendo que o tema seja tratado com seriedade e planejamento, em vez de ser utilizado para fins eleitoreiros. Ela enfatizou que o combate ao crime exige inteligência, planejamento e união de esforços.
O posicionamento de Gleisi Hoffmann surge após o anúncio da criação do Consórcio da Paz por sete governadores. O projeto visa promover a integração entre os estados para troca de informações de inteligência e apoio financeiro e policial no combate ao crime organizado.
Em um encontro no Rio de Janeiro, os governadores presentes elogiaram os resultados de uma operação policial em favelas da cidade. No entanto, a operação resultou em um alto número de mortes e apreensão de armas, gerando debates sobre a violência policial e o combate ao crime organizado.
Os governadores que formam o Consórcio da Paz criticam a PEC da Segurança Pública, argumentando que a proposta retira a autonomia dos estados sobre suas polícias. O governo federal, por sua vez, alega que a PEC mantém a autonomia das forças de segurança estaduais e distrital.
