A Polícia Federal, em conjunto com o Ministério Público Federal (MPF), deflagrou uma operação contra um grupo criminoso que operava em diversos estados, com ramificações no Rio de Janeiro e em São Paulo. A organização é acusada de desviar recursos de contas da Caixa Econômica Federal, incluindo valores do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e do Auxílio Emergencial.
A operação mobilizou cerca de 100 policiais federais, que cumpriram 27 mandados de busca e apreensão. As ações se concentraram nas cidades do Rio de Janeiro e Niterói, no estado do Rio de Janeiro, e em São Paulo, Várzea Paulista, Indaiatuba e Salto, no estado de São Paulo. As investigações continuam em andamento, com o objetivo de identificar todos os envolvidos no esquema e responsabilizá-los pelos crimes cometidos.
A Justiça Federal determinou o sequestro de bens no valor aproximado de R$ 45 milhões. Adicionalmente, foram impostas medidas cautelares a 21 investigados, incluindo a retenção de passaportes, a proibição de deixar o país e o estado, a impossibilidade de manter contato com outros investigados e a obrigatoriedade de comparecer mensalmente à Justiça para justificar suas atividades.
O modus operandi do grupo criminoso envolvia a obtenção ilegal de dados confidenciais de beneficiários e correntistas da Caixa Econômica Federal, bem como a falsificação de documentos. Isso permitia o acesso indevido às contas bancárias das vítimas, de onde eram realizados saques fraudulentos e pagamentos de boletos digitais. Os valores subtraídos eram destinados a cidadãos em situação de vulnerabilidade social.
As investigações revelaram que os autores das fraudes utilizavam conexões de internet registradas em nome de terceiros para acessar as contas da Caixa de forma não autorizada, inclusive por meio do aplicativo Caixa Tem.
Segundo informações, os R$ 45 milhões bloqueados foram movimentados pela organização criminosa nos últimos quatro anos. Além desse montante, foram apreendidos veículos, joias e outros bens de luxo, bem como celulares e outras mídias que serão analisadas pela Polícia Federal.
Os investigados foram indiciados por organização criminosa, lavagem de dinheiro e furto qualificado mediante fraude. As investigações também apuram a ocorrência de crimes como uso de documento falso, falsidade ideológica, peculato e furto.
Em comunicado, a Caixa Econômica Federal afirmou que monitora continuamente seus produtos, serviços e transações bancárias para identificar e investigar casos suspeitos de fraude. A instituição financeira declarou possuir uma estratégia robusta, políticas e procedimentos de segurança para proteger os dados e as operações de seus clientes, além de contar com tecnologias e equipes especializadas para garantir a segurança de seus processos e canais de atendimento.
A Caixa orienta os clientes que identificarem movimentações não reconhecidas em suas contas a contestarem os lançamentos em qualquer agência, apresentando documentos de identificação. As contestações são analisadas individualmente, considerando as particularidades de cada caso. Em casos considerados procedentes, os valores são ressarcidos.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br

