O Museu Histórico Nacional reabre parcialmente suas portas na próxima quinta-feira (13) após um período de reformas desde dezembro do ano anterior. A reabertura marca a inauguração da exposição “Para além da escravidão: construindo a liberdade negra no mundo”, uma iniciativa colaborativa com museus dos Estados Unidos, África do Sul, Senegal, Inglaterra e Bélgica.
A exposição, com entrada gratuita, estará aberta ao público até 1º de março de 2026, e busca mostrar como a escravidão, um fenômeno global que envolveu diversos países do mundo Atlântico entre os séculos XV e XIX, permanece conectada ao presente. A mostra não se limita a retratar o passado, mas também explora as consequências da escravidão em diversas áreas, como racismo, violência policial e justiça ambiental.
A curadora brasileira da exposição, Keila Grinberg, historiadora, enfatiza que a mostra aborda a resistência à escravidão e ao colonialismo em diferentes países, demonstrando as conexões entre essas lutas. A exposição “Para além da escravidão” destaca a importância da liberdade negra, reunindo peças religiosas e musicais, como um atabaque do Haiti.
Composta por aproximadamente 100 objetos, 250 imagens e dez filmes, a exposição está organizada em seis seções. Após sua exibição no Museu Histórico Nacional, a mostra seguirá para a Cidade do Cabo (África do Sul), Dakar (Senegal) e Liverpool (Inglaterra).
Paralelamente à exposição, o Museu Histórico Nacional e o Arquivo Nacional promovem o seminário internacional “Para além da escravidão: memória, justiça e reparação”, nos dias 13 e 14, na sede do Arquivo Nacional, no Rio de Janeiro. O Arquivo Nacional também será palco da exposição “Senhora Liberdade: mulheres desafiam a escravidão”, com documentos que revelam histórias de mulheres escravizadas que buscaram seus direitos na Justiça no século XIX. Esta exposição estará disponível de segunda a sexta-feira até 30 de abril do próximo ano, com entrada gratuita.
O Instituto Pretos Novos complementa a programação com a exposição “Conversas Inacabadas”, que apresenta parte do processo de pesquisa da exposição principal, com entrevistas sobre a percepção do racismo e a consciência racial. A exposição estará aberta de 14 a 15 de dezembro.
A escolha do Brasil para receber a exposição após sua estreia nos Estados Unidos é considerada um marco importante, dado o histórico de estudos brasileiros sobre o tema. O país recebeu aproximadamente 45% dos africanos escravizados durante o período da escravidão transatlântica. A exposição busca oferecer ao público uma compreensão da dimensão desse período e das regiões de origem dos escravizados, como a África Central (Congo e Angola) e a África Ocidental (Senegal, Benim e Nigéria).
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br

