O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comentou sobre a prisão do proprietário do Banco Master, Daniel Vorcaro, afirmando que o processo que culminou na detenção deve ser “muito robusto”. A declaração foi dada durante uma entrevista, onde o ministro evitou detalhar a operação da Polícia Federal (PF) relacionada ao caso.
Haddad ressaltou que o Banco Central (BC) está conduzindo os desdobramentos da situação e que a pasta da Fazenda se coloca à disposição para colaborar com o que for necessário. “O Banco Central é órgão regulador do sistema financeiro e eu tenho certeza que, para ter chegado a esse ponto, todo esse processo deve estar muito robusto”, declarou Haddad ao chegar ao Ministério da Fazenda.
A prisão de Vorcaro ocorreu no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, quando ele tentava sair do país. A ação faz parte da Operação Compliance Zero, que visa combater a emissão de títulos de crédito falsos por instituições financeiras integrantes do Sistema Financeiro Nacional.
Paralelamente à prisão, o BC anunciou a liquidação extrajudicial da Master Corretora de Câmbio, Títulos e Valores Imobiliários, e decretou a indisponibilidade dos bens de controladores e ex-administradores do grupo.
Haddad mencionou que o BC fornecerá informações sobre o processo de liquidação conforme for possível, e que a Fazenda está preparada para dar suporte às consequências desse ato, caso haja necessidade.
Uma das consequências da liquidação da Master Corretora é o acionamento do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) para ressarcir investidores. “É uma coisa que diz respeito ao sistema financeiro como todo, mas aí nós vamos ver os desdobramentos e o impacto disso”, explicou Haddad.
O FGC é uma entidade privada gerida pelos bancos associados, mas regulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que garante saldos em conta e investimentos de pessoas físicas e jurídicas até R$ 250 mil por instituição financeira, com limite global de R$ 1 milhão em quatro anos. O fundo é utilizado para pagar investidores em casos de quebra ou liquidação de instituições financeiras.
Em agosto, o CMN estabeleceu novas regras para a associação de instituições financeiras ao fundo. As medidas foram tomadas após o Banco Master passar a ser investigado pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br

