O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a Joanesburgo, na África do Sul, nesta sexta-feira (21), para participar ativamente da Cúpula de Líderes do G20, o grupo que reúne as maiores economias globais. Em suas redes sociais, o presidente destacou a importância dos temas que o Brasil pretende levar ao debate em 2025, sob o lema “Solidariedade, Igualdade e Sustentabilidade”, considerados cruciais para o país e para o chamado Sul Global.
O Brasil desempenha um papel de destaque nesta edição da cúpula, integrando a “troika” ao lado da África do Sul e dos Estados Unidos, país que assumirá a presidência do fórum em seguida. A troika representa uma colaboração estratégica entre a presidência atual, a anterior e a próxima, garantindo a continuidade dos trabalhos e a adequada preparação para a cúpula seguinte.
A presidência sul-africana definiu quatro prioridades para as discussões do G20: o fortalecimento da resiliência e da capacidade de resposta a desastres, a sustentabilidade da dívida pública dos países de baixa renda, o financiamento para uma transição energética justa e a exploração de minerais críticos como impulsionadores de desenvolvimento e crescimento econômico.
O G20, estabelecido em 1999, é o principal fórum para a cooperação econômica internacional. A cúpula será estruturada em três sessões temáticas e culminará com a divulgação de uma declaração conjunta dos líderes. Espera-se que um dos avanços significativos seja um texto que estabeleça princípios para a extração e o processamento de minerais estratégicos e terras raras.
Além da cúpula, estão previstos uma declaração dos ministros de Finanças sobre a sustentabilidade da dívida e um relatório sobre aprimoramentos nos métodos de operação do G20. A presidência da África do Sul marca o encerramento do primeiro ciclo completo de presidências pelos países do grupo e manteve iniciativas como as reuniões inclusivas durante a semana de alto nível da Organização das Nações Unidas (ONU), que permitem a participação de países não membros do G20.
A programação da cúpula inclui discussões sobre crescimento econômico sustentável, financiamento ao desenvolvimento, comércio e dívidas públicas, além de sessões dedicadas à mudança do clima, redução de riscos de desastres, segurança alimentar e transição energética. Os minerais críticos, o trabalho decente e a inteligência artificial também serão temas centrais.
À margem da cúpula, o presidente Lula planeja realizar encontros bilaterais com outros chefes de Estado e autoridades presentes. Adicionalmente, está agendada uma reunião entre os líderes do Fórum de Diálogo Índia-Brasil-África do Sul (Ibas), uma iniciativa trilateral criada em 2003 com o objetivo de promover a cooperação entre os países do Sul Global.
Após a participação na cúpula, Lula seguirá para Maputo, capital de Moçambique, onde realizará uma visita de trabalho na segunda-feira (24). A viagem faz parte das celebrações dos 50 anos das relações diplomáticas entre Brasil e Moçambique. Moçambique é o maior beneficiário da cooperação brasileira na África, abrangendo áreas como saúde, agricultura, educação e formação profissional. Durante a visita, a cooperação nessas áreas será reavaliada, juntamente com o combate ao crime organizado. Brasil e Moçambique buscam expandir o comércio e os investimentos. Um fórum empresarial reunirá empresários brasileiros e moçambicanos, com painéis sobre agronegócio, indústria, inovação e saúde. Em Maputo, Lula se encontrará com o presidente Daniel Chapo e participará da assinatura de um acordo sobre cooperação entre academias diplomáticas. O presidente também receberá o título de doutor honoris causa da Universidade Pedagógica de Maputo, com o retorno ao Brasil previsto para a própria segunda-feira.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br

