A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, destacou os progressos alcançados durante a COP30, realizada em Belém, ao longo do mês de novembro. Apesar das conquistas, a ministra reconheceu que ainda existem obstáculos significativos a serem superados.
“Progredimos, ainda que modestamente”, afirmou Silva em seu discurso na plenária de encerramento do evento, realizado neste sábado (22). A ministra emocionou-se e foi aplaudida de pé por aproximadamente dois minutos após sua fala.
“Mesmo que aquelas versões de nós mesmos nos dissessem que não fomos tão longe quanto imaginávamos e seria necessário reconhecer que há algo fundamental: ainda estamos aqui. E que sigamos persistindo no compromisso de empreender a jornada necessária para superar nossas diferenças e contradições no urgente enfrentamento da mudança do clima”, declarou, convidando os presentes a se recordarem da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio 92), marco inicial na cooperação internacional para o enfrentamento do aquecimento global e da crise climática.
Durante a COP30, sob a presidência brasileira, foi estabelecido um acordo climático que visa aumentar o financiamento para nações em desenvolvimento que enfrentam os impactos do aquecimento global. No entanto, o acordo omitiu qualquer referência aos combustíveis fósseis, considerados os principais responsáveis pelo problema.
“Em que pese ainda não ter sido possível o consenso para que esse fundamental chamado entrasse entre as decisões dessa COP, tenho certeza de que o apoio que recebeu de muitas partes da sociedade fortalece o compromisso da atual presidência”, ponderou a ministra.
Marina Silva ressaltou diversos avanços concretizados durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, enfatizando o reconhecimento do papel dos povos indígenas, comunidades tradicionais e afrodescendentes. “Transição justa ganhou corpo e voz na presença desses segmentos”, afirmou.
A ministra também destacou o lançamento do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), um mecanismo inovador que valoriza e recompensa aqueles que conservam e mantêm as florestas tropicais. Outro ponto positivo mencionado foi o texto do Mutirão Global, que, segundo Silva, representa uma oportunidade para avançar na adaptação, com o compromisso dos países desenvolvidos de triplicar o financiamento até 2035.
A ministra informou que 122 partes apresentaram suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) com compromissos de reduzir as emissões até 2035, reconhecendo que outras partes ainda precisam se juntar a esse esforço. As NDCs são planos de ação climática que cada país apresenta à Organização das Nações Unidas (ONU), detalhando os compromissos para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e se adaptar às mudanças climáticas.
“Muito obrigada por visitarem a nossa casa, o coração do planeta. Talvez não tenhamos recebido como vocês merecem, mas recebemos da forma como nós achamos que é o nosso gesto de amor à humanidade e ao equilíbrio do planeta”, concluiu a ministra.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br

