O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, afirmou nesta quarta-feira que a Operação Contenção alcançou seus objetivos e expressou pesar pelas mortes dos policiais. Segundo Castro, os agentes foram as únicas vítimas da ação. A declaração foi dada durante entrevista no Palácio Guanabara, sede do governo estadual.
“Temos muita tranquilidade de defender o que foi feito ontem. Queria me solidarizar com as famílias dos quatro guerreiros que deram a vida para libertar a população. Eles foram as verdadeiras quatro vítimas. De vítima ontem, só tivemos os policiais”, disse o governador.
Questionado sobre o perfil das outras vítimas fatais, Castro argumentou que o confronto ocorreu em área de mata e que seria improvável a presença de civis no local em meio ao tiroteio. “Quais são os indícios que levam a crer que todos eram criminosos? O conflito não foi em área edificada. Foi todo na mata. Não creio que tivesse alguém passeando na mata num dia de conflito. Por isso a gente pode tranquilamente classificar de criminosos”, pontuou.
Castro também atualizou o número oficial de mortos na operação, realizada nos complexos da Penha e do Alemão, para 58, incluindo os quatro policiais. Ele não detalhou o motivo da mudança na contagem, mas indicou que o número ainda pode ser alterado. Inicialmente, o governo havia informado 64 mortes, incluindo os agentes de segurança. O governador não comentou sobre os corpos que moradores alegam ter retirado da área de mata.
O governador reconheceu que o Rio de Janeiro enfrenta sérios problemas de segurança pública. “Mostramos ontem um duro golpe na criminalidade e que temos condições de vencer batalhas. Mas temos a humildade de reconhecer que essa guerra não será vencida sozinhos. Agora é momento de união e não de politicagem”, declarou.
A operação policial impactou a rotina de moradores, que enfrentaram bloqueios de vias e relatos de tiroteios. Especialistas criticaram a ação, argumentando que ela não atingiu o objetivo de conter o crime organizado e expôs a população a riscos. Jacqueline Muniz, professora da UFF, classificou a operação como “amadora” e “uma lambança político-operacional”. Movimentos sociais e de favelas também manifestaram críticas, defendendo que “segurança não se faz com sangue”.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br

