A caderneta de poupança registrou, em outubro, uma saída líquida de R$ 9,7 bilhões, indicando que os saques superaram os depósitos no período. O relatório divulgado pelo Banco Central nesta sexta-feira (7) detalha que foram depositados R$ 351,9 bilhões, enquanto os saques totalizaram R$ 361,6 bilhões.
Apesar do resultado negativo, os rendimentos creditados nas contas de poupança alcançaram R$ 6,4 bilhões, mantendo o saldo total da poupança em pouco mais de R$ 1 trilhão.
Este é o quarto mês consecutivo em que a poupança apresenta mais saques do que depósitos. Nos primeiros quatro meses do ano, a caderneta também exibiu retiradas, revertendo o cenário em maio e junho com entradas líquidas. No acumulado de 2025, a poupança registra um resgate líquido de R$ 88,1 bilhões.
Nos anos anteriores, a tendência de mais saques do que depósitos já havia se consolidado. Em 2023, as retiradas líquidas somaram R$ 87,8 bilhões, enquanto em 2024, atingiram R$ 15,5 bilhões.
A manutenção da taxa básica de juros, a Selic, em patamares elevados, é apontada como um dos fatores que influenciam essa dinâmica. Juros mais altos tendem a estimular a aplicação em outros investimentos que oferecem melhor rentabilidade. O Comitê de Política Monetária (Copom) interrompeu o ciclo de aumento da Selic em julho, após sete elevações consecutivas, e manteve a taxa em 15% ao ano nas reuniões subsequentes.
O objetivo do Banco Central ao manter a Selic elevada é garantir o cumprimento da meta de inflação, fixada em 3%. O aumento da taxa básica de juros busca conter a demanda aquecida, impactando os preços, pois encarece o crédito e incentiva a poupança.
Em um período de 12 meses, até setembro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, acumulou uma alta de 5,17%.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br

