A ativista indígena Txai Suruí, conhecida por sua atuação em defesa dos direitos dos povos originários em diversas instâncias internacionais, cobrou maior participação e poder de decisão para as comunidades tradicionais nos espaços oficiais da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30). A declaração ocorreu durante a Marcha Mundial pelo Clima, realizada em Belém, que reuniu diversos movimentos sociais.
Segundo Txai Suruí, as recentes manifestações indígenas na Zona Azul da COP30, incluindo protestos realizados em dias anteriores, evidenciam o sentimento de que os povos tradicionais não estão sendo representados adequadamente.
“Imagina ter um evento na sua casa e você não poder entrar lá, enquanto eles decidem sobre a sua vida, enquanto o seu território segue ameaçado, segue sofrendo violações, as suas pessoas seguem morrendo”, declarou a ativista, ressaltando a urgência de uma mudança nesse cenário.
Txai Suruí enfatizou que os povos indígenas não permitirão que eventos como a COP30 ocorram sem que suas vozes sejam ouvidas, suas denúncias sejam feitas e suas demandas sejam atendidas. “Nós precisamos ter espaços de decisão”, complementou, defendendo a inclusão efetiva das comunidades tradicionais nos processos de tomada de decisão.
A ativista do povo Paiter Suruí, cujos territórios se localizam em Rondônia e Mato Grosso, celebrou a participação dos movimentos sociais e dos povos tradicionais na marcha. Ela classificou o evento como um momento crucial para que os povos da floresta e da Amazônia pudessem expressar suas demandas ao mundo.
“Dizemos ao mundo que não aceitamos mais a exploração de óleo na Foz do Amazonas e que a demarcação dos territórios é um direito dos povos indígenas, que a demarcação é uma das principais soluções que o Brasil e o mundo podem tomar no combate às emergências climáticas. Se a COP não consegue nos dar respostas para a crise, a gente está aqui dizendo que a resposta somos nós”, concluiu Txai Suruí.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br

