Milhões de torcedores do Flamengo deixaram de lado as preocupações cotidianas para celebrar a conquista do tetracampeonato da Libertadores, após a vitória por 1 a 0 contra o Palmeiras. No centro do Rio de Janeiro, uma maré rubro-negra tomou as ruas para comemorar o título no domingo, com os jogadores desfilando em carro aberto do Corpo de Bombeiros.
A Rua Primeiro de Março e a Avenida Presidente Antônio Carlos foram tomadas por centenas de milhares de torcedores, em demonstração de paixão e poder de mobilização. Muitos enfrentaram horas de espera sob o sol forte para celebrar a conquista do time.
Casais, famílias e amigos compartilharam a alegria do momento. Eduardo Ferreira Henrique e Valéria Nunes Domingos, moradores do Cosme Velho, celebraram em dose dupla: a vitória do Flamengo e o resultado negativo para suspeita de câncer de Valéria. “Ontem, a gente teve duas vitórias. Minha esposa estava com suspeita de câncer, deu resultado negativo; e a vitória do Mengão. Foi um dia maravilhoso, sensacional! Comemoração dupla”, comemorou Eduardo.
De São Gonçalo, Andressa Vitória chegou cedo, por volta das 9h, acompanhada da família. Ela compartilhou que a emoção da vitória é um alívio para quem sofre de ansiedade, vendo no futebol uma forma de unir as pessoas. “Se você estiver vendo um jogo no bar, parece que todo mundo se conhece, começa a trocar assunto sobre isso. Você acaba fazendo uma amizade porque sempre vê um jogo naquele lugar, acaba se tornando uma família”, disse.
Eusébio Carlos André, vindo de Resende, já havia se programado para estar no Rio e participar da festa. Para ele, o futebol traz alegria e leveza à vida. “O Flamengo ganhando deixa o pai de família feliz, todo mundo feliz. O cara feliz no trabalho, feliz no amor, feliz com o filho”, afirmou. Ele também destacou o caráter democrático do esporte. “Todas as torcidas conseguem reunir o pobre com o rico, o cara que ganha R$ 50 mil junto com o que ganha R$ 80 por dia. O futebol une tudo, todas as raças e etnias”, completou.
O professor Mauricio Murad, da Uerj, destaca em seus estudos que o futebol é um dos maiores eventos da cultura de massa no Brasil, mobilizando paixões coletivas e representando o sistema simbólico da sociedade.
Maurício Braz e Flávia Torres, de Magé, levaram o pequeno João Vicente, de apenas 9 meses, para a festa, mostrando como a paixão pelo clube é transmitida de geração em geração. Hélio Marcos Ferreira Chaves, que esteve presente nas comemorações de 2019 e 2022 com os filhos, celebrou o título, prometendo estar com um deles no próximo jogo do time.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br

