Em seu discurso de posse como novo ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Guilherme Boulos fez duras críticas à Operação Contenção, que resultou em um elevado número de mortes no Rio de Janeiro. O evento, que contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi palco para o posicionamento enfático de Boulos sobre as raízes do crime organizado no país.
“Tenho orgulho de fazer parte do governo do presidente que sabe que a cabeça do crime organizado desse país não está no barraco de uma favela, muitas vezes está na lavagem de dinheiro”, declarou Boulos, citando a Operação Carbono Oculto da Polícia Federal como exemplo.
A cerimônia de posse reuniu importantes figuras políticas, como o vice-presidente Geraldo Alckmin, e ministros de Estado, incluindo Fernando Haddad (Fazenda) e Gleisi Hoffman (Relações Institucionais). Centenas de representantes de movimentos sociais também marcaram presença no evento.
Boulos destacou a missão que lhe foi dada pelo presidente Lula de levar o governo para as ruas, buscando um diálogo mais próximo com a população. Ele enfatizou a importância de ouvir não apenas aqueles que já concordam com as políticas públicas, mas também grupos como entregadores e motoristas de aplicativos.
“A gente sabe que as políticas que mudam pessoas não nascem só nos palácios e nos gabinetes. Elas nascem do povo, dos territórios populares. Elas nascem das ruas”, afirmou o novo ministro, ressaltando o papel fundamental da participação popular na construção de políticas eficazes.
Boulos também criticou a “hipocrisia dos que dizem ser contra o sistema”, questionando a falta de apoio a propostas como a taxação de bilionários e bets.
Ao final de seu discurso, o ministro expressou gratidão aos companheiros dos movimentos sociais, a quem chamou de “escola de vida e de luta”. Ele ressaltou o valor dos ensinamentos que recebeu desses companheiros, que o ensinaram “o valor da solidariedade”.
Guilherme Boulos, de 43 anos, assume o cargo de ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República com uma trajetória marcada pelo ativismo urbano. Seu desafio será promover a articulação política entre o Palácio do Planalto, os movimentos sociais e a sociedade civil. Ele foi eleito deputado federal em 2022, com mais de 1 milhão de votos.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br

