A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado, focada na investigação do crime organizado, iniciou suas primeiras oitivas nesta terça-feira (18), com os depoimentos do diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, e do diretor de inteligência da corporação, Leandro Almada. As sessões começaram às 9 horas.
Para quarta-feira (19), está agendada a participação do diretor de Inteligência Penal da Secretaria Nacional de Políticas Penais, Antônio Glautter de Azevedo Morais, juntamente com o promotor de Justiça Lincoln Gakiya, conhecido por sua atuação investigativa sobre o Primeiro Comando da Capital (PCC) desde o início dos anos 2000.
A instalação da CPI, em 4 de novembro, ocorreu após a repercussão de uma operação policial no Rio de Janeiro (RJ) que resultou em 121 mortes. As primeiras reuniões de trabalho acontecem em um momento em que a Câmara dos Deputados busca aprovar o substitutivo do projeto de lei (PL) Antifacção, iniciativa que enfrenta resistências tanto do governo quanto da oposição.
O relator da CPI do Crime Organizado no Senado, senador Alessandro Vieira (MDB-SE), explicou que o objetivo da Comissão é elaborar um diagnóstico abrangente da atuação de facções e milícias no Brasil, visando possibilitar a implementação de políticas de segurança pública mais eficazes.
“Com esse diagnóstico, indicaremos quais soluções são eficazes e quais não funcionaram, apesar de serem repetidas periodicamente”, comentou o relator Vieira.
O senador Fabiano Contarato (PT-ES), presidente da Comissão, ressaltou o compromisso de evitar que a CPI se transforme em um palco político-eleitoral sem contribuições concretas para o combate ao crime organizado no país.
“Temos a responsabilidade de apresentar uma resposta à população sem nos deixarmos contaminar por vieses político-partidários ou eleitorais. Devemos garantir que esta CPI produza resultados positivos em defesa da segurança pública como um direito fundamental de todos e um dever do Estado”, afirmou Contarato.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br

